Montanha das 7 cores: como é a subida?

Montanha das 7 cores: como é a subida?

A Vinicunca é, graças ao Instagram, um dos principais passeios para quem visita a região de Cusco. Isso porque dela tem-se um ótimo ângulo para apreciar a Montanha das 7 cores ou Montanha Colorida. A soma das cores da montanha com as alpacas que ficam disponíveis para fotos formam um cenário perfeito para as fotos das redes sociais. Mas qual é o preço dessa foto?

Vinicunca

A Montanha Colorida fica no distrito de Pitumarca, a cerca de 140km do centro de Cusco. No nosso caso, uma van nos pegou no Hotel pontualmente às 4:10 da manhã. Seguimos por cerca de 2h até pararmos para o café da manhã. Confesso, eu estava cansada, com frio e o humor estava daquele jeito… O café da manhã não foi maravilhoso, mas quebrou o galho: frutas, panquequinhas normais e de coca, omelete, pãozinho, mortadela… Aliás, no Peru, come-se muita mortadela! Ficamos por uns 35 minutos no local e seguimos até a base da montanha.

Vinicunca1

Levamos cerca de 1h30, praticamente todo esse trecho em estrada de terra, subindo e em curvas. Para pessoas sensíveis esse caminho pode ser bem cruel e por um milagre consegui não passar mal. Mas a dica é: em sua viagem para Cusco, tenha SEMPRE remédios para enjoo e dor de cabeça na mochila. Eles serão necessários em algum momento.

Já na base, nossa guia distribuiu os bastões de caminhada e iniciamos a caminhada. Estávamos ansiosos, eu e Marcus já temos experiência com trilhas, mas estávamos a mais de 4600m de altitude, a expectativa era de chegarmos acima dos 5000m, e nunca tínhamos caminhado naquelas condições. Além disso, apesar de ver fotos aos montes pela internet, encontrei um único relato sobre a subida, que não pareceu nada animador. Importante dizer que na altitude não chegamos a sentir falta de ar, de fato, mas a oxigenação mais escassa pode trazer sintomas como náusea, tontura e dor de cabeça; Nossa estratégia, então, seria simples: devagar (bem devagar) e sempre! Na base tem banheiros, que custavam 2 soles, e, tanto lá quanto no primeiro quilômetro da caminhada, tem algumas banquinhas vendendo água, chás, salgadinhos, bugigangas diversas, suéteres e luvas. Logo no início também ficam os cavalos. É possível pagar para fazer a subida com eles, e o preço fica em torno de 80-100 soles para a subida (mas esse valor pode variar, segundo a demanda). De qualquer maneira, o cavalo só sobe uns 80% do caminho, a parte final, que é a pior, deve ser feita caminhando mesmo. Obviamente, ali é necessário ter dinheiro vivo porque não aceitam cartão.

Vinicunca2

Vinicunca3

São cerca de 3,5 km até o cume. O primeiro quilômetro é bem tranquilo, praticamente plano e, ao final, tem mais um banheiro. Apesar disso, resolvemos não abusar da sorte e seguimos devagar, no nosso ritmo. Depois começou a subida e, bem, não vou dizer que foi fácil. Eu sempre tive dificuldade com subidas e nas trilhas que faço por aqui eu sempre sou a última do grupo. Mas sigo. E na Vinicunca não foi diferente. A hidratação, que já tem um papel importante em qualquer caminhada, lá torna-se fundamental. Finalmente, sempre que sentíamos o fôlego faltar ou o coração acelerar, fazíamos uma pausa rápida para respirar fundo, recuperar e tirar umas fotos. Pausa rápida para não perder muito tempo nem deixar o corpo esfriar.

Vinicunca4

Vinicunca5

Vinicunca6

Fizemos uma parada um pouco mais longa pouco abaixo do “ponto final” dos cavalos, em um local onde ficam os últimos banheiros e alguns banquinhos. Ali começa a parte mais difícil da subida, mas já podemos ver o cume da Vinicunca à frente e à direita já vemos a Montanha Colorida. O último trecho é feito de degraus com corrimão. Eu particularmente não costumo gostar de degraus em trilhas, mas pelo menos esses são baixos.

Vinicunca7

Vinicunca8

Vinicunca9

Vinicunca10

Vinicunca11

Finalmente chegamos ao primeiro patamar, aquele que fica de frente para a Montanha das 7 Cores e, bem, o que vemos ali é uma grande farofa! Muita gente e uma fila enorme para tirar foto no ângulo perfeito com as alpacas e a Montanha Colorida ao fundo sem ninguém atrás. Tão grande que até segurança tem ali. Perguntei a um brasileiro há quanto tempo estava na fila, ele não soube dizer, mas disse que já estava há bastante tempo ali (e ainda faltava um bocado para a sua vez). Mas realmente não é nosso perfil ficar em filas para fotos instagramáveis. Ao lado, mais uma banca, onde são vendidas bebidas, snacks e o grande atrativo gastronômico do local: carne de alpaca frita! Não quisemos comer, mas confesso que exalava um cheiro de torresmo até gostoso.

Vinicunca12

Vinicunca13

Mas embora muita gente fique por ali, ali não é o cume, e, se quiséssemos alcançá-lo,deveríamos subir um pouco mais. Hesitamos por um instante, confesso, mas queríamos alcançar os 5000 m de altitude, e ali ainda não tínhamos chegado. Além disso, por mais que a subida ainda fosse íngreme, a distância era curta e não fazia sentido chegar até ali sem subir ao cume. No meio do caminho entre um patamar e outro encontramos bons ângulos para fotos, ainda que com gente atrás. Chegamos ao cume e valeu a pena. Valeu a pena pela vista, pela sensação de dever cumprido e simplesmente por termos conseguido! Alí o espaço é bem menor e também havia uma fila, um pouco menor, para tirar foto com a placa com a altitude. Novamente não encaramos.ontribui para a atmosfera clara e energizante, típica de um dia ensolarado nos Andes. A cena transmite a vivacidade de um ponto de descanso, onde cultura local e turismo se encontram em meio à grandiosa paisagem natural.

Vinicunca14

Vinicunca15

Vinicunca16

Vinicunca17

A verdade é que, para mim, é inegável que a Montanha Colorida seja linda, mas é muito mais que a foto do instagram. O caminho, por si só, já apresenta paisagem deslumbrantes, com a Montanha das 7 Cores de um lado e os picos nevados de outro. Chegar no cume significa ter uma vista linda 360 graus, do horizonte, das montanhas e da Montanha Colorida.

Vinicunca18

A descida foi bem mais tranquila e aceleramos bem o ritmo. Mas ainda estávamos em altitude elevada e, já chegando embaixo, comecei a sentir uma leve dor de cabeça. Já no último banheiro antes da base encontramos o casal de amigos que estavam na nossa frente, e ela estava passando muito mal. Ela já havia chegado na base com dor de cabeça e, com o esforço da subida, os sintomas do mal de altitude se intensificaram bastante. Ali ela tomou alguns remédios para pelo menos conseguir chegar até a van e tomamos um chá de muña, uma planta comum da região que, assim como a coca, é usada para combater o mal de altitude.

Vinicunca19

Vinicunca20

Deu tudo certo e concluímos o percurso. Mas eu estava com uma leve dor de cabeça que com certeza pioraria na van, então tomei um remédio que estava na mochila. Repito: tenham sempre remédio na mochila! Fomos recompensados com um almoço no mesmo lugar onde havíamos tomado café da manhã, com algumas opções de comida peruana servidas em forma de buffet, onde comi um lomo saltado bem gostoso!

Vinicunca21

Ultimos posts

post preview
post preview
post preview
post preview
post preview

Instagram

Related Posts

Copyright © 2025 mrcsvg